Em declínio em seus habitats naturais, plantas ganham novo fôlego ao se tornarem objeto de culto de jardineiros amadores
Há aproximadamente 200 milhões de anos, certas plantas com estranhas folhas surgiram no que se tornaria a metade leste da América do Norte. Por crescerem num solo pantanoso e infértil, elas tiveram de desenvolver outras formas de encontrar nutrientes. Assim, começaram a apanhar e comer insetos. Voltamos aos dias atuais, e essas plantas carnívoras estão fascinando mais do que insetos: elas estão atraindo jardineiros aventureiros.
"As vendas aumentaram anualmente desde 2007", diz Jason Austin, gerente de um viveiro em Jackson, no estado de Nova Jersey, e um homem tão apaixonado por plantas carnívoras que traz uma tatuada no braço. Referindo-se a um programa que conduz para clientes interessados nas plantas, ele acrescenta: "Nosso primeiro workshop foi no verão de 2008. Fizemos apenas um naquele ano. Hoje fazemos dez ou mais".
Naturalmente, muitas pessoas são atraídas por essas estranhas e adoráveis plantas, fascinadas por visões de comedoras de homens retiradas do filme A Pequena Loja de Horrores, de 1987. Há a dioneia, por exemplo, com suas folhas articuladas como pequenas mandíbulas que se fecham em volta de sua presa; a drósera, que atrai insetos com gotas de gel pegajoso em suas folhas; e a utriculária, que usa a ação do vácuo para sugar insetos para suas armadilhas aquáticas. Essas e outras plantas carnívoras (ou 'insetívoras', como escreveu Darwin em seu livro de 1875 sobre elas) possuem enzimas digestivas que liquefazem a presa capturada, permitindo que os nutrientes possam ser absorvidos.
Mas as necessidades básicas dessas plantas foram frequentemente ignoradas por compradores. As sensíveis dioneias, vendidas como novidades em lojas de presentes, raramente sobreviviam por muito tempo, e Robert Hoffman, proprietário do viveiro de plantas Fairweather Gardens em Greenwich, também em Nova Jersey, cita um vendedor que garantia que as plantas carnívoras "duravam mais do que flores de corte" (as plantas têm um longo histórico de incompreensão; até 1815, botânicos achavam que as folhas ocas não eram armadilhas para insetos, mas sim refúgios).
O novo interesse combate essa velha postura. As lojas de hoje enfatizam as necessidades da planta, ensinando jardineiros as técnicas adequadas para os cuidados e desenvolvendo híbridos que aumentam o vigor da planta, além de sua amplitude de cores e formas. Preocupações com a conservação da flora nativa pode ser uma propulsora dessa mudança, ou talvez os jardineiros estejam apenas aceitando um novo desafio horticultor; de qualquer forma, esses espécimes estão começando a ser reconhecidos como as plantas de longa duração que são, em vez de como novidades passageiras.
A mudança pode muito bem ajudar as vendas. Como Austin, Hoffman experimentou um recente aumento de compradores. "Em 2010, vendemos uma ou duas de algumas das variedades." "Em 2011, esgotamos nosso estoque – principalmente para homens e garotos", garante. "O que descobrimos", afirma Austin, "é que mostrar a essas pessoas como agir com as plantas e ampliar sua base de conhecimento ajudou tremendamente."
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