segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Aranha fêmea 'interesseira'


Machos levam presentes inúteis em ritual de acasalamento.
Estudo foi publicado pela revista 'BMC Evolutionary Biology'.
Os machos da Pisaura mirabilis, uma espécie de aranhas-de-jardim, têm o hábito de oferecer presentes para as fêmeas com quem pretendem cruzar. Um estudo publicado nesta segunda-feira (14) pela revista científica “BMC Evolutionary Biology” mostra que as fêmeas levam a qualidade do presente em conta na hora de escolher o parceiro.

O presente é preparado com cuidado: vem embrulhado em seda. Na maioria das vezes, lá dentro está um inseto, oferecido como alimento. Porém, alguns machos enchem o pacote com sementes que não são comestíveis, ou então com a carcaça de uma mosca que eles mesmos comeram.

Para entender o que leva os animais a esse estranho comportamento, os cientistas conduziram uma experiência. Eles colocaram as aranhas para interagir em três situações diferentes. Nelas, o macho levaria uma mosca, um presente inútil ou nenhum presente.
Os que não levaram presente conseguiram cruzar com as fêmeas por um período muito curto. Os que entregaram presentes inúteis ficaram mais tempo, e quem mais conseguiu ficar a sós com a fêmea foi quem levou comida.

María Albo, que liderou o estudo, explica que os machos pensam na relação custo benefício. “Custa aos machos achar e embrulhar um presente, mas esses custos são reduzidos se o macho não tem que pegar o presente, ou se dá um que já foi comido. O benefício do presente é uma relação mais longa, que leva a maior transferência de esperma e, potencialmente, a mais descendentes. No entanto, as fêmeas se decepcionam e terminam a relação antes quando recebem presentes inúteis”, explica a pesquisadora da Universidade de Aarhus, na Dinamarca.

“Os resultados finais mostram que o número de ovos foi menor se a fêmea não recebeu um presente, mas a diferença foi pequena se o presente era comestível ou não. O sucesso da enganação provavelmente explica por que as duas estratégias evoluíram juntas e foram mantidas na população”, conclui a cientista.
0 comentários:

Postar um comentário